Confesso que tenho uma queda pelas regiões fronteiriças, seja entre estados ou países. Em geral elas tem pouca gente e a cultura e natureza nativas geralmente tem espaço. A triplice fronteira Argentina-Chile-Bolivia é um belo exemplo: desertos, salares, vulcoes, montanhas, lagunas e oasis comprimem-se em poucas dezenas de kilometros e me enchem os olhos.
Não espalhem, mas desta vez cheguei na Reserva de Fauna Andina Eduardo Avaroa (Bolivia)navegando a petroleo mesmo, em um tour prosaicamente contratado em uma agencia de turismo de San Pedro de Atacama. Além do viejo quechua guia e piloto do todo-terreno, nos acompanharam uma pequena e jovem família chilena, evidentemente acompanhando sus hijitos Joaquín y Cármen, encantadores...
Aqui a usualmente convulsiva cordilheira dos Andes capricha na dose: são abundantes os geiseres, termas, vulcoes e montanhas, que ultrapassam os 5000 metros em vários pontos. Este frenesi geológico traz para a superficie, além de lava, vapores e água quente, vários minerais metálicos, que a água do degelo de primavera dissolve e carrega para as lagunas aprisionadas entre os vulcões. O resultado é uma incrível diversidade de cores e configurações ecológicas, iluminada pelo sol branco e duro das grandes altitudes e fustigada por um vento forte que multiplicava a sensação de frio dos já reduzidos 4 graus centigrados (ao meio dia ...).
Desta vez eu tive que ser rápido. O típico sight-seeing não me permitu mais do que alguns punhados de minutos em cada parada, e as outras dezenas de veículos que faziam trajetos similares, bem como seus ocupantes, insistiam em pontilhar as fotos. Nesta hora valeu a concentração, a intimidade com o equipo e a natureza amável dos meus
companheiros de tour. Em todo caso, tive a meu favor na barganha as dezenas de minutos que gastamos no desayuno e no banho nas aguas termales.¡Que no se hace por los niños!
Um comentário:
Tudo bem que a natureza ajuda, mas que vc tá arrasando nas fotografias, isso sem dúvida!
Bjs
Postar um comentário