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segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Na tal da Jericoacoara


Tarde de sábado na Duna do Pôr do Sol: ritual obrigatório com companhia garantida !

A primeira coisa que tem que dar certo em uma viagem é acertar o caminho. Pra Jeri é fácil, o Serrote da Jericoacoara (Serrote = diminutivo de Serra), com sua boa centena de metros de altura, pode ser visto a mais de vinte milhas de distância. Duas horas depois de partir do Acaraú já deu pra desligar o GPS e aproar praquela manchinha avermelhada no horizonte.
O brando sudeste da manhã foi o combustivel do primeiro trecho e em seguida o duro leste entra com tudo, a velada fica esportiva: ondas de mais de tres metros, o mar repleto de carneiros e a velocidade oscilando pelos 6 nós. O barco fica pequeno e nervoso, é preciso fazer força no leme e ter atenção constante, a cada onda cuidar de manter o barco aproado, expor o costado lateralmente a uma onda deste tamanho, com este vento pode emborcar a canoa. A primeira meia hora foi pura emoção, as outras 4 e meia trabalho duro. Enfim dobrar a Ponta da Jericoacoara e entrar na pequena enseada a sotavento do Serrote, o porto da Jeri.
Interessante e surpreendente encontrar este pólo de globalização e infra estrutura entre tantas pequenas praias de turismo local da costa oeste cearense. Jericoacoara impressiona pela heterogeneidade de belezas naturais, pelo volume e composição dos turistas e da infra estrutura turistica.
E decepciona pela qualidade do porto: raso e desabrigado, me obrigou a fundear longe da praia. Com água pela cintura desembarquei e consultei os pescadores locais sobre eventuais "marinas" (porções da praia mais abrigadas, onde os barcos podem encalhar na maré baixa sem bater muito o casco no fundo).
A marina ajudou mas nao resolveu: de dia ficou mais facil chegar e sair da praia, a noite impediu o sono. Fortes solavancos do casco batendo no fundo, e depois, no seco, o barco fortemente adernado por causa da quilha (imagine sua cama chacoalhando a noite inteira e parando na madrugada, mas inclinada a quarenta e cinco graus...).
Depois de 6 horas de vela intensa, um porto desses e uma noite dessas, evidentemente comecei o dia com a firme resolução de vender a canoa e voltar pra casa. Demorou um pouco mas depois de um capuccino e um legítimo pão italiano desisti de vender a canoa e me satisfiz em montar uma mochila de ataque para passar uns dias em terra...

Um comentário:

Alex Lopes disse...

Fantástica a foto ! Já coloquei no wallpaper do note...Abs